quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Encarando o desejo

Por Wildicleia Oliveira Lopes
Arapiraca, AL, Brasil.
@: widicleiapsi@gmail.com

Foto: Arquivo pessoal.
Quanta coisa se quer na trajetória dessa vida. Quantas ideias passam pela cabeça, e na maioria das vezes as melhores delas despercebidas. Sabe-se o que se quer e ao mesmo tempo quer o que não se sabe. Quanta complexidade em um único Ser... Eita que Humano difícil de entender! Mas quando ele quer bem que sabe viver. Tropeça, cai, levanta e chora... É tão bonito ver como ele elabora, o que não acontece a toda hora, porque quando esse Ser se apavora toda sua compreensão lógica parece ir embora e então ele chora, chora e chora, por dentro e por fora. Às vezes ressignifica, em outras a coisa até complica, mas disso tudo sabe o que fica? É a certeza de que a vida vale a pena, independente de a dor ser grande ou pequena, todos estão presos a uma grande cena. Talvez ela lhe pertença, talvez a tenha criado, mas daí por diante já está tudo misturado, o que é seu e o que tomou emprestado.

Memórias falhas, pequenas, mas protetoras... Poupam-lhe de coisas assustadoras, no entanto te levam a fazer escolhas muitas vezes destruidoras das quais você nem entende, e quando volta os olhos para o seu querer a coragem parece desaparecer. Como é difícil compreender e tomar as rédeas de próprio ascender! Coragem, força... Palavras ditas corriqueiramente podem ficar até gravadas na mente como uma semente que não germinou, mas acredite a história ainda não terminou! Mesmo sentindo que não consegue seguir em frente e sair de algum lugar provavelmente ocupado de forma inconsciente, tente ficar de pé e andar como um bom fumante em busca de um café! Ou como um beduíno em busca de água no deserto, não se preocupe com a certeza porque tudo nessa vida é muito incerto, assuma o comando e aplique desejo e ainda que pareça de difícil manejo, treine, aproveite o ensejo um dia vai adquirir traquejo. 

Penso talvez que depois de tudo isso você me perguntaria: O que fazer para dar a partida? E eu prontamente lhe responderia: Dá uma sacudida, tome uma atitude atrevida, se lance no caminho que parece distante e como um velho cavaleiro galopante, desvie os obstáculos, assombre os fantasmas, não deixe que ideias alheias lhe oprimam a alma. Tudo é questão de tempo e de calma, mas não se esqueça de devolver o que não lhe pertence, entregue os desejos alheios, quebre essa corrente. Faça a semente germinar porque quando a vista clarear você saberá o caminho e não adianta dar uma de adivinho, sinta o cheiro da vida e continue a andar. Deixe o coração palpitar! Parece até uma questão de matemática em aula de geografia, então eu simplificaria lhe dizendo que se tem algo que lhe arrepia, mergulhe de cabeça, deixe que o medo desapareça dando espaço ao que vai além do querer, pois é de desejo que estou a falar e esse sei que não é fácil de encarar! 

* Psicóloga Clínica e Consultora Organizacional; Pós-graduada em Clínica Psicanalítica 

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